Um sujeito da um soco em alguém. Esqueçam os motivos, as repercussões, o entretenimento. Qual a intenção desse sujeito nos instantes que o soco está sendo formulado? É matar. É acabar com a pessoa que está atrapalhando suas intenções. Naqueles instantes em que o pico de adrenalina supera qualquer racionalidade, ele é um assassino. Alguém que mataria a sangue frio. Não cabem divisões simplórias de gravidade onde a intensidade ou a arma escolhida interfiram no resultado final. Naqueles instantes, ele quer realmente machucar alguém. E não seria a morte apenas um machucado que fugiu do controle? “Foi sem querer.” É uma mentira aceita. Não foi sem querer. Você queria. Por milésimos de segundo, mas queria. O impulso está longe de ser racional. O impulso é seu amigo que bebeu demais. Você só pode cuidar dele após ambos estarem na cadeia. Você, com raiva, é igual todos os criminosos jurando inocência. O que te separa é a interferência de ambientes externos. Aonde seu soco vai acertar, a resistência da pessoa, o local exato onde ele irá bater a cabeça assim que cair. Fora isso, a intenção e o resultado técnico possuem o mesmo valor. Não fuja. Você é culpado. A raiva te controla. Você não passa de um marionete pingando adrenalina. Posso sentir o cheiro daqui, como algo saído de um posto de combustível barato.

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