Entre na fila

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Hoje o personagem viu um menino esperando sua mãe resolver qualquer droga que fosse com uma vendedora. Ele passou o tempo todo olhando pra um carrinho de algodão doce. Sua mãe percebeu e deu uns trocados a ele. A cara que o menino fez ao se dirigir até o carrinho fez os olhos do protagonista lacrimejarem. Esse tipo de sinceridade sempre o emocionavam. Seja feliz e bonitinha ou psicopata e asquerosa. O mesmo amor que o garoto teve ao morder seu algodão doce pode ser sentido ao deceparmos uma cabeça, as terminações nervosas são similares, porque julgar?

Quer ganhar o coração do personagem, seja sincero ao extremo. Ele não gosta de ter muitos amigos, e muito menos e conhecer pessoas novas, é tedioso demais, previsível demais, elas vão ser variações das mesmas máscaras desfilando por ai. Tente ser sincero ao máximo. Pode manipular, distorcer tudo, desde que em alguma parte fundamental da história exista algo honesto e direto. É como se escravizássemos uma civilização inteira simplesmente para construir a mais alta montanha de algodão doce já vista neste, ou em outros universos.

Conviver é como jogar tabuleiro. Alguns são damas, que todos entendem mas poucos tem saco de levar até o fim. Outros são Cobras e Escadas, lembra? Aquele onde dependendo da casa em que sua peça caía, você subia para a fileira de cima, ou caía para a debaixo. Essas pessoas agem de acordo com onde você está pisando, se trilhar o caminho certo da conversa ganha pontos, senão se fode. Alguns são xadrez… o jogo definitivo. Cheio de peças com movimentos diferentes, muita paciência e, acima de tudo, clareza. Preto no branco. Essas são um porre. Da mesma forma que coisas clássicas e nostalgia são superestimadas. Da mesma forma nosso protagonista se sentiu inteligente ‘analogizando’ pessoas com jogos antigos.

É útil ver todos como doenças. Você não as trata com hierarquia, são todas parte do mesmo freezer no laboratório. Se uma delas infectar seu gato e fazer ele sentir uma morte agonizante, tudo bem. Era sua natureza, seu instinto, uma hora ou outra isso aconteceria. Porque julgar a doença? Porque por em um pedestal as sinapses que fazem aquela pessoa ser idealizada? Um choque bem dado e ela pode acordar achando que é Napoleão, ou um esquimó. Dê valor somente as demonstrações sinceras, sejam boas ou ruins. Convide o assassino da sua família para passear no pátio da prisão, se ele confessar que fez aquilo porque queria sentir o cheiro de poliéster queimando, e todos eles estavam voltando da feirinha de inverno. Ofereça um sorvete.

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