Without any words

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Poucos acreditam, mas eu seria um ladrão honesto. Daqueles que fogem da prisão com 2 outros parceiros em busca do dinheiro que roubou anos atrás, e divide tudo em partes iguais. Do tipo que manda cartões de natal para a cozinheira da cadeira agradecendo pelo frango ensopado nas vésperas de festas. Me vingaria do filho da mãe que me entregou, me vingaria lentamente com um machado, mas antes faria ele escrever os nomes completos dos filhos, esposa e amantes, pra depois enviar roupas adequadas a todos e conseguir um bom enterro. Ofereceria o triplo do valor a algum pobre agricultor azarado pelas terras ruins perto de um rio, compraria um cachorro velho demais e quem sabe algum pássaro falso. Procuraria não me envolver com ninguém, seja mulher ou aquele tipo de filhos que aparecem quando salvamos eles de uma noite de bebedeira. Levaria uma vida de violão e o tipo mais forte de cachimbo que encontrar. Quando estivesse velho e tossindo o dobro de palavras proferidas no dia, venderia minhas terras por um terço do valor que elas valem, daria os filhotes do cachorro a criancinhas e soltaria o pássaro. Então me entregaria a polícia, e passaria os anos restantes ensinando presos recém chegados como viver lá dentro, ou como ser mais esperto nos crimes.

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