Aquelas pessoas que viajam para lugares que nunca concordam em ir, e ficam olhando pela janela imaginando um homenzinho saltando pelos obstáculos no horizonte.
Sempre fiz isso, sempre vi tudo em terceira pessoa. Sou um figurante da existência que procura heróis em amigos e protagonistas em vizinhos próximos. Quero mostrar o quanto admiro quem está do meu lado. Quero dizer que conheci super heróis (ou super vilões) e como eles eram humildes na juventude. Quero ser o coadjuvante, o arbusto que salva o mocinho, a pedra que desvia o tiro, a câmera. Mas nunca aquele com as responsabilidades, os deveres. Mesmo deveres malignos, acreditem ou não vilões tem mais fãs do que imaginam, metas e deveres distorcidos, mas ainda assim estão ali.
Quero sempre ler sobre alguém, assistir de longe, de um lugar seguro. Sentar no topo de qualquer lugar e observar a guerra acontecendo, o banho de sangue. E quando todos estiverem mortos ou cansados demais para continuar, eu digo quem foi o mártir, quem se sacrificou por uma boa causa, seja lá qual for.
Vou observar e contar histórias, mas você nunca vai ouvir sobre mim. Tudo que precisa saber é que seguro os fios da marionete.