Nunca deu valor a labirintos. Sempre se achou presunçoso demais e acreditava que ao sempre seguir uma mão na parede esquerda do labirinto se chegaria ao fim.
E os labirintos mutáveis? Aqueles que sabemos que amanhã vão ter saídas diferentes?
Pode-se sim seguir sua mão sempre, mas quem sabe, se a entidade que engenhou aquilo tudo desejar, você ficará preso por muito e muito tempo.
E quando se da conta que está errado? Que acreditou demais em si mesmo e deveria ter acreditado em algum ser maior e mais poderoso?
E quando se percebe que deveria ter confessado mais pecados a seu sacerdote para que talvez ele lhe desse mais tempo antes de te condenar?
Você não é dono do novelo de lã que vai guiar seu caminho fora do labirinto.
Você não chegou lá uma vez e vai se lembrar do que fez.
Mesmo tendo paredes de milho, pode tentar atravessá-las, cortá-las. Vão ser infinitas.
Vão ter mensagens em placas grandes que você vai ignorar, dizendo “por ali”.
Vão apontar para a esquerda, mas seu instinto vai dizer “direita”. E você vai acreditar nele.
Pare e siga o que lhe deram pra seguir. Você não é especial, e não vai ter um caminho ilusório que somente seu cérebro evoluído pode deduzir.
É o mesmo de todos, a diferença é que antes de você os imbecis tentaram ser especiais.
O labirinto tem um fim, é só seguir sua mão sempre na parede esquerda. Não pule, mesmo que o caminho seja óbvio.