Bone

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Depois de muito tempo sentado na toalha estendida embaixo da árvore, comecei a pensar sobre quantas coisas eu sabia que nunca quis saber (pensamentos que infelizmente levaram meu chá a esfriar e servir de enchente a formigas com pequenos barquinhos de folhas).

Como quando vi naquele filme que a gosma que saía de insetos era seu sangue. Eles pareciam muito mais simpáticos quando vazavam caramelo e creme de leite.

Mas a pior delas, é a culpa. O remorso, o arrependimento. Não deviam ensinar isso, nem o nome, nem os conceitos, nada. Quem sentisse ficaria tão confuso que esqueceria, por não saber como chamar. É a mesma coisa que ver um grande alienígena embaixo da sua cama, se em cinco segundos ele sumir, você vai fazer de conta que não estava lá.

Mas não, eles ensinam, e nem ao menos dão drogas para ajudar a esquecer a coisa toda. Tem o cinismo de dizer que vai ser bom, é para aprendermos com nossos erros.

Nunca entendi isso. Ainda defendo a teoria de que quando solicitado, eles deveriam disponibilizar um abrigo seguro, longe de tudo, sem preocupações ou medos.
Como aqueles globos de neve de brinquedo, com casinhas no meio, no topo de um morrinho de neve. A maior aventura que você teria fosse quando apertasse o botão que faz a neve toda chacoalhar e ficar flutuando até cair de novo.

A culpa é como se alguém jogasse seu globo de neve na parede, um batida inicial seguida de momentos eternos até a neve cair de novo, e ele vai rolar e rolar, e parar de cabeça para baixo. Ai juntam e pedem desculpas com um sorriso, erros acontecem não é mesmo.

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