Promisse

Promisse

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E você acorda numa sala escura, sem lembrar porque, sem sentir mais nada.
Se levanta e sente que bateu em alguém, mas quem? Fica em silêncio esperando algum som em resposta, mas não ouve nada. Começa a sentir medo, agonia, aflição.
Fica parado pelo que parece ser horas, suando, pernas doendo de ficarem na mesma posição, músculos gritando por estarem enrijecidos pelo nervosismo.
Alguém grita perto de você, grita “saia” com uma força impossível, você grita junto e corre, se bate em mais pessoas no caminho, mas não para de correr.
Tropeça e sente que seguraram sua perna, e você se debate como se sua vida dependesse disso, e talvez dependa mesmo. Mas acabou, eles te seguram e começam a bater sua cabeça no chão, na terceira batida já não sente mais nada.

Acorda num quarto vazio, suando, foi um sonho, de novo.

No quarto não tem janelas, mas é aqui que você encontrou a verdade.

Todas as pedras tem nomes e todos os nomes te lembram de alguém, que não vai ver mais.

Você conversa com si mesmo, e nem liga quando ratos levam pedaços pequenos do cobertor. Ratos não tem nomes.

Coelhos brancos começam a aparecer como se fossem fantasmas, e a noite ouve risos e gargalhadas.

Não tem nada nem ninguém, mas tudo é tão tranquilo.

A voz dentro de você diz pra pedir socorro, mas será que vale a pena? O que vale a pena? Dizer o que?

Dê adeus aos ratos e as pedras, durma e sonhe, sonhe que vai voar, e seu chão vai ser o oceano. Sonhe que um anjo vai vir, te dar um soco e vão surgir asas. Você pode conversar com o vento, mas ele sempre anda apressado demais. A chuva só fala sobre si mesma, mas a sombra vai te entender, sempre tão irônica.

Na porta de uma casinha pintada de azul tem um tapete que diz: Volte Sempre.

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