Assim

Um dia todo mundo acaba encontrando aqueles poços onde jogam moedas e fazem algum desejo.
Estou em dúvida entre duas coisas. Uma é para que todos ficassem invisíveis para mim. Queria ficar sozinho, mas não quero que eles morram. Também não ia adiantar somente eu ser invisível, porque ainda ia ver eles, e bom, isso não é exatamente ser sozinho.
Não vendo ninguém está de bom tamanho, já que eles não falam comigo mesmo, e agradeço a sei lá quem por isso.

A outra é fazer com o que o poço se confunda e me de o desejo de outra pessoa. Bom, se for pensar a fundo, é impossível o desejo de alguém ser melhor que o seu, porque se fosse, você deveria pedir ele em primeiro lugar. Ninguém pede a segunda coisa que mais quer.

Ai aparece uma fada dessas pequenas que se vê em todo canto, meio aflita e olhando para todos os lados. Quando me vê se apressa e bate as asinhas mais rápido em minha direção.
Fala logo que precisa da minha ajuda, o mundo dela vai ser destruído em pouco tempo, e somente eu posso ajudar. Preciso pedir para o poço mudar o mundo dela de lugar, senão todas as criaturas mágicas vão morrer.

Odeio isso, quando seres que você nunca viu na vida pedem para salvar o mundo deles e blablabla. Que culpa eu tenho se o mundo vai explodir? Só queria fazer meu pedido em paz.

Digo para a fada que não vou ajudar droga nenhuma, o desejo é meu e eu peço o que quiser com ele. Ela se irrita e diz que sou a pessoa mais egoísta que ela já viu, a culpa vai ser minha se milhares de seres mágicos morrerem.

Não, não vai ser culpa minha. Não fiz nada para colaborar com o mundo explodir. Sim, posso até ser o único que pode salvar ele, mas isso não me faz responsável por nada. E se eu não estivesse aqui? Ai o mundo explodiria de qualquer forma, vai dar na mesma.

Ai se joga no chão e começa a chorar e pedir por favor e por favor.

Não aguento aquilo.

Meu desejo para o poço é que o mundo dela exploda logo. Pronto, não adianta mais chorar, e agora não tenho mais desejo, feliz?

Malditas fadas e seus mundos explosivos, sempre esperando que sejamos heróis sorridentes prontos a abrir mão de pedidos para ajudar.