Dinner Time

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E ali estou eu, sentado na cadeira, com as pernas estiradas, o copo quase caindo da mão, perguntando-me novamente porque diabos não sou fumante. Do escuro sai uma mulher, de cabelos pretos, linda, suja, nua. Ela monta em mim, selvagem, e sinto seu corpo frio, frio que se espalha, primeiro pelas extremidades, meus dedos, costas, e então por dentro, o frio toma conta de tudo. Ela esta coberta por sujeira, uma gosma preta de cheio horrível que cai sobre mim. A mulher beija-me com força e abre meus jeans, logo somos um só, e sinto sua língua ir fundo, e o gosto é terrível. No meu êxtase ela levanta e sai, e fico ali, sentado, sujo, pensando como consegui segurar o copo até agora.

Essa puta maldita sempre aparece e me usa, corrompe. Larga-me sozinho no frio, sozinho para procurar forças. Odeio ela, mas tornei-me escravo do frio, e serei estuprado quantas vezes for necessário para senti-lo alcançando meu coração, como o ar rarefeito, que machuca, mas é necessário. Meu único medo é que ela faça visitas demais, mesmo quando não chamo. Se torne inconveniente, se torne família, empreste escova de dentes e pergunte onde eu estava enquanto toma uma das minhas doses e muda e canal. Meu segundo único medo é tornar-me dependente da sensação de acordar e enfiar a mão na sujeira que ela deixou do outro lado da cama, sentir o resquício do frio e sorrir.

Às vezes chego muito tarde em casa e vejo as pegadas negras, aquele cheio desgraçado. Digo pro espelho que finalmente superei, mas em questão de minutos lá estamos nós dançando passos de um bordel como animais brigando por comida. E sinto o corpo dela grudado ao meu, o frio, a sujeira, a podridão. E pergunto-me porque tentei esquentar, porque tomei banho, porque…

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