Oh That Makes Sense

Oh That Makes Sense

Categories blur


Encontrou um gato de óculos atrás do balcão, que perguntou impacientemente o que queria comprar. Disse que ainda não sabia, mas que com certeza ia pensar.

O gato de óculos espiava e continuava a ler seu jornal, ao invés de ronronar ele resmungava sem parar, o que fazia dele um curioso animal.

Finalmente encontrou um frasco interessante, tinha uma etiqueta que dizia “Cuidado! Resfriado” presa por um barbante.

“Vou levar este”, apontou para o frasco, “Pois bem, dê-me o dinheiro, e cuide-se” disse o gato olhando para o Resfriado com cara de asco.

Foi embora correndo, apesar dos avisos e berros do gato. Passou pelo que parecia ser um local de obras e, quando olhou para o chão, viu um olho de vidro intacto.

“Posso te ver”, disse uma voz vinda de trás, e com o susto que recebeu, o frasco de resfriado voou pelo ar.

Caiu e se espatifou, e em meros segundos todos os operários estavam doentes. Levando as mãos na cabeça, lembrou dos avisos do gato de óculos, e mordeu a língua entre os dentes.

Estavam construindo uma grande placa de “Pare”, ali, no centro da cidade. Vermelha com letras brancas para todo mundo ver, agora sem operários, largada pela metade.

Chorando, pediu desculpas, e disse que o culpado na verdade era o dono do olho de vidro, e que ele sozinho, não tinha culpa.

Procuraram o tal homem com olho de vidro, mas nada encontraram, então levaram o único culpado, arrastado e em uma cela suja o jogaram.

Na prisão conheceu o pai de todos os ratos, grande e gordo, usava óculos e resmungava, como aquele gato.

Perguntou porque estava ali, “Ora, por fazer todos pegarem um resfriado”. Rindo e fazendo barulhos estranhos, o rato disse que, na verdade, resfriados eram monstros alados.

Ao lado do bebedouro da cela tinha uma sereia, com uma bandeja de bolinhos na mão, perguntou se alguém queria, estavam fresquinhos, e se ninguém comesse ela mesma comeria.

Algum espertalhão fez a piada infeliz, “no seu mundo, sereia, aposto que a massa sempre é úmida”. A sereia então explodiu de raiva e, em um movimento rápido, mergulhou na privada suja.

No canto tinha um esqueleto, preso em correntes e grilhões enferrujados. Ninguém sabia quem tinha sido, mas as histórias eram exageradas, sim sim, um bocado.

Diziam que ele foi um pirata, e morreu de velho. Na verdade o último dos piratas, e foi parar ali porque tentou roubar um balão de gás hélio.

Não não, ele perdeu o olho na guerra, matando alemães e soviétes. Foi preso pois discordou de seu comandante, que mandou eles caçarem lebres.

Saindo, finalmente, da prisão, não tenho ninguém a minha espera. Fico sabendo que acabaram a construção da placa gigante de Pare, e nada mais é como era.

Tudo parou, é claro. Carros, aviões, navios e um barco assombrado.
Agora as coisas andam ao contrário, e para respirar, temos que ser sufocados.

Categories blur

0 thoughts on “Oh That Makes Sense”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *