Watch my brother, cutting grass outside

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Conheci uma menina que gostava de ligar o chuveiro, ficar só de botas, pegar um guarda-chuva e sentar no chão, ouvindo a água cair no guarda-chuva.
Ela chamava seus amigos para brincar em casa, mas queria que eles entendessem que quando ela falasse pra irem embora, deviam ir embora.

Um dia ela engoliu tantas pílulas que dormiu por 3 dias. Acordou cheirando a vômito, mas descobriu que podia ficar dias e dias sem dar notícias a ninguém. Perdeu seu último amigo quando ele cansou do jeito que ela sorria ao dizer não para as coisas.

Sempre lembrava de sua avó dizendo pra ela gostar de quem já gostava dela, e não de um estranho vegetariano que teria herpes ou mal cheiro nas axilas. Sempre tentava esquecer do único gato que teve.

Era uma péssima aluna, porque para ela as respostas de tudo eram desenhos. Oras bolas, uma baleia pode muito bem ser o resultado daquele bando de números e letras.

Resolveu tomar o maior porre de sua vida com vinho. Não conseguiu, ficou vendo filmes tristes e ligando pra estranhos e ouvindo suas secretárias eletrônicas.

Um dia ela resolveu viajar por ai. Demorou uns 10 anos pra ter notícias dela de novo. Estava tomando café e experimentando aqueles bolinhos que crianças costumam levar de lanche hoje em dia, quando meu vizinho chamou e disse que aquela garota estranha da rua debaixo tinha voltado.

Talvez eu peça ela em casamento. Talvez seja bom tomar banho de guarda-chuva.

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