Acabo de prometer que esse ano comprarei enfeites de natal. Prometi agora, na frase anterior. Você está de prova e é responsável por fiscalizar minha promessa. Ninguém mandou ler essa merda e concordar com tudo que é botão que vê na internet.
Sempre fico em dúvida se eu voltasse no tempo e descrevesse minha vida atual pra minha versão adolescente ele acharia algo bom ou ficaria meio preocupado. Não que a opinião da minha versão adolescente sirva pra alguma coisa, mas é o que está no cardápio das 18:30. E repolho. E uns bolinhos gordurosos demais.
Alguns anos atrás criei o objetivo de sempre tentar mudar algo corriqueiro todo ano. Seja a forma de vestir. Ou o corte de cabelo. Ou usar bonés. Qualquer coisa que seu cérebro perceba a diferença meio de canto de olho mas não precise fazer muito esforço. Li em algum lugar que isso estimula ou algo que o valha. Boa parte é pra não me sentir estagnado vivendo na mesma zona de conforto faz uns 1462 dias. Já troquei a resistência do chuveiro imaginário duas vezes e fiz amizade com os ratos. Não consertei aquela cadeira velha ainda. Em minha defesa dei os primeiros passos pra fugir disso. É como se tivesse comprado a mochila pra sentir o impulso de sair correndo só daqui uns 4 anos. O ponto positivo é que posso pensar bem no livro que vou levar. Um só, é mais dramático quando você leva um livro só. Está meio que preso naquele universo por sabe-se lá quando tempo. Você não leva o livro pra ilha, leva a ilha pra dentro do livro. Fugir sempre é mais fácil.